sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Presságios
Olhando teu retrato,
veio em minha memória
lembranças do passado.
Eras a própria poesia.
E, ainda menina,
quando desabrochavas
fiz uma profecia:
“ Filha, tua herança
será a poesia”.
Pude colher alguns versos
de tua emoção
e assim pressagiei
uma ilusória missão.
E insistia:
Escreve mais uma...
Então escrevias,
rimas lindas e tocantes
como há muito tempo
não se via.
Mas tinhas sonhos, anseios,
e teu coração pedia
que os poemas ficassem
distantes.
Não houve meio.
Dizias:” Mãe, quando tiver
a tua idade,
volto a escrever
poesias.”
Ledo engano,
ela nos escolhe,
e não nós a ela.
Orgulho, pretensão.
Somos o anverso,
limitação.
E minhas palavras ocas
se vestiram de magia.
Todo esse tempo
fui ingênua
em minha alegria.
Pois não via
que esta missão
não era tua,
era minha.
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