Sandra Reis

Sandra Reis

Quem sou eu

Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Minha vida não é uma linha reta, é cheia de curvas. Feita de encontros e reencontros. Gosto das palavras simples e humanas. Meu coração se expressa pelas mãos. Quando amo, me entrego. Sou toda feita de eros. Tantas pessoas e, no entanto, apenas esta pessoa. Meu Deus não tem religião. Ele está presente em todos os seres humanos, em toda a natureza. E todas as feridas cicatrizadas me ajudam a compreender o eterno.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Amor x Amor

Que amor é esse,
que mexe com meus sentidos,
me guia e me aponta o caminho?

Será um raio de luz
ou labaredas do meu coração?

Que poder é esse,
que me faz derramar
lágrimas de gozo.

e desvenda os segredos
mais profundos
de minha alma?

Encontrei o descanso.
Tenho agora a paz
em meu interior.

Nossas almas
não necessitam
de palavras
para se entender.

Ouvem, falam e suspiram
à procura de sorrisos,
perfumes, carinhos
e danças afrodisíacas.

Até que o inverno nos leve
com seu vento manso,
e repousemos
em alguma estrela.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Saindo da contra-mão

Hoje rasguei meu peito, perdida em meio a expectativas e mágoas. Tentei arrancar de dentro algo que só agora percebi, embora já tivesse percorrido mais da metade do meu caminho.
Cuidadosamente, coloquei em ordem minha consciência
e, me equilibrando entre meu ego e minha espiritualidade,
fiz-me livre-pensadora.
Antes procurava respostas fácéis nas experiências de terceiros.
Precisei de muito tempo para constatar que eu ainda estava na contra-mão de mim mesma.
Tive dificuldade em aceitar que, para ser feliz, é preciso
saber jogar o jogo do faz- de- conta.
Cética, tropeçava em minhas convicções, atropelando
meus pensamentos.
Hoje me perco, me procuro e me reencontro novamente.
Hoje me orgulho do que conquistei: os amigos, a força para suportar o peso nos ombros e o tesouro que jaz dentro em mim, responsável pelo amor que sinto por todas as pessoas que encontro nessa estrada.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Olhos de amor

De repente comecei a prestar mais atenção no cenário que vejo de minha janela:
o pôr-do-sol me deixa ávida de encantamento.
Não que antes não visse. Mas estou olhando mais devagar agora e com mais carinho.
Também olho mais para coisas esquecidas, fotos antigas, velhas gravuras e desenhos de meus filhos.
Passei a apreciar mais o modo como falo e que até então nem havia notado: com os "s"
e "r" carregados. Um jeito carioquês, de que todo paulista gosta de tirar um sarro.
Mas eu não ligo: tenho os olhos mais delicados.
É um olhar meio vidente, que me deixa mais contente.
Eu acho é que meus olhos viraram poesia.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Presságios



Olhando teu retrato,
veio em minha memória
lembranças do passado.

Eras a própria poesia.
E, ainda menina,
quando desabrochavas
fiz uma profecia:
“ Filha, tua herança
será a poesia”.



Pude colher alguns versos
de tua emoção
e assim pressagiei
uma ilusória missão.

E insistia:
Escreve mais uma...
Então escrevias,
rimas lindas e tocantes
como há muito tempo
não se via.

Mas tinhas sonhos, anseios,
e teu coração pedia
que os poemas ficassem
distantes.
Não houve meio.

Dizias:” Mãe, quando tiver
a tua idade,
volto a escrever
poesias.”

Ledo engano,
ela nos escolhe,
e não nós a ela.

Orgulho, pretensão.
Somos o anverso,
limitação.

E minhas palavras ocas
se vestiram de magia.

Todo esse tempo
fui ingênua
em minha alegria.

Pois não via
que esta missão
não era tua,
era minha.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Diferentes mas iguais

São todos muito importantes
os dedos de minha mão.
Estão sempre contentes,
cada um com sua função.

O mindinho é o caçula,
fácil de se machucar.
Precisa tomar cuidado
cada vez que fôr brincar.

Seu vizinho é o anular,
Gosta de se enfeitar,
coloca sempre um anel,
pra com todos passear.

O maior é o mais levado,
adora chamar atenção.
Mas é sempre solidário,
tem enorme coração.

O indicador é guloso,
curioso como ele só.
Vai testando todo bolo
que faz a minha vovó.

Polegar é o mais gordinho
de todos os demais.
É o que entende mais o caminho
das linguagens dos sinais.

E assim, são meus dedinhos,
nenhum deles é igual,.
Sempre unidos, companheiros.
Eles são muito especiais.

Meus amigos

Não me chamem de poeta,
isso ainda não sei se serei.
Na minha tímida alegria,
intuo, construo, lapido.
Sinceramente, eu não me sei.

Vocês sim, sabem versejar:
dão seus melhores tons,
conjugam rimas com inspiração.
Todos são muito bons!

Cantam mágoas, alegrias,
amores e fantasias,
alguns, pornografia
com impecável despudor.

Meus amigos são poetas.
Luz própria? como não tê-las?
Quando começam a falar,
os céus derramam estrelas.