Existe naquela rua
uma loja diferente:
decoram a vitrine
com poemas de toda gente.
Colocam na prateleira
sonetos, prosas, haicais;
não vendem, só trocam.
Essa loja é demais!
Uma senhora lê " Retrato"
ali, naquela estante,
e ao se identificar com ele
se vê por um instante.
Ei, moça, tem aquele chamado
"Quadrilha"? é assim: João
amava Teresa, que amava Raimundo,
que amava Maria.
Tem prosa de toda espécie
de chuva, terra molhada
poema de um único verso,
trovas, cordéis assanhados.
Aceitam-se encomendas,
sem pressa e com cuidado;
inventa-se com muito amor.
- Me faz um verso, por favor?
Curam até dor de cabeça,
depressão e enxaqueca;
não precisa saber escrever
ele sai da alma, ao dizer...
Venham, entrem todos!
Vamos trocar poesias,
pois na vida, o que importa
são as pequenas alegrias.
terça-feira, 31 de julho de 2007
quinta-feira, 26 de julho de 2007
A Viagem - Sandra Reis
Um dia me sentei diante do céu, serena
e não mais ansiosa por agarrar as estrelas,
relembrei dos meus tolos desejos
e de tudo que me tirava a visão.
Sozinha, fiz um inventário de lembranças
e olhei com ternura e afeto
para todos que consegui tocar:
minha família e meus amigos.
Eu nem sabia o que buscava,
nada sabia da minha essência,
me sentia abandonada!
e minhas lágrimas foram secando...
Um dia, me sentei diante do céu e adormeci
sonhei que voava em direção às estrelas
e lá em cima não me senti mais humana:
eu era mais uma luz! Mais uma!
A minha busca enfim terminara.
Retornei à minha origem
e, vencendo fronteiras invisíveis,
fiz a minha última viagem.
O inventor do medo - Sandra Reis
Não há quem não sinta um só momento
Aquilo que você sente a todo instante
medo da altura, do escuro, da água
do fracasso constante.
Inventamos análise,
rimos de nosso receio,
mas não há meio.
Ele está no elevador que sobe.
Está naquela estrela.
Pra onde vamos depois que se morre?
E assim se multiplica nos olhos dos pivetes
que sentem fome, não comem.
Se entranha nos presidios,
se infiltra nos asilos de louco,
ainda é pouco.
Esse não é o seu destino, meu menino.
Para os que só o sentem e não o conhecem,
primeiro é pequeno, depois ele cresce.
Por que existe o medo?
Eu não sei.
Só sei o que vejo.
Os olhos que não mais choram,
os inocentes que o ignoram,
os jovens que não mais lutam.
Salve os poetas que se consolam
na paz das mãos pensadas,
e que decifram
neste oceano de nada,
o mistério do medo,
e seu inventor
Aquilo que você sente a todo instante
medo da altura, do escuro, da água
do fracasso constante.
Inventamos análise,
rimos de nosso receio,
mas não há meio.
Ele está no elevador que sobe.
Está naquela estrela.
Pra onde vamos depois que se morre?
E assim se multiplica nos olhos dos pivetes
que sentem fome, não comem.
Se entranha nos presidios,
se infiltra nos asilos de louco,
ainda é pouco.
Esse não é o seu destino, meu menino.
Para os que só o sentem e não o conhecem,
primeiro é pequeno, depois ele cresce.
Por que existe o medo?
Eu não sei.
Só sei o que vejo.
Os olhos que não mais choram,
os inocentes que o ignoram,
os jovens que não mais lutam.
Salve os poetas que se consolam
na paz das mãos pensadas,
e que decifram
neste oceano de nada,
o mistério do medo,
e seu inventor
terça-feira, 24 de julho de 2007
As pequenas grandes coisas - Sandra Reis
Não quero vagar sem leme e sem vela
no oceano da vida.
Quero ser guiada por mim mesma
pela minha música,
pela canção de meu coração.
Por isso voltei,
para vivenciar o sagrado
nos chamados pequenos momentos.
Por isso estou aqui
para fundir a dualidade
entre o que é de Deus e o que é da Terra
pois não há divisão entre o Divino e o mundano.
Saber lidar com meus sentimentos
Saber respeitar a mãe natureza
Saber honrar o meu semelhante
Ser cortês com os vizinhos
Um gesto apenas...
Percorrer o caminho com leveza
Se encantar com as coisas simples
É aí que mora a alegria
Creio que esse é o propósito da vida
no oceano da vida.
Quero ser guiada por mim mesma
pela minha música,
pela canção de meu coração.
Por isso voltei,
para vivenciar o sagrado
nos chamados pequenos momentos.
Por isso estou aqui
para fundir a dualidade
entre o que é de Deus e o que é da Terra
pois não há divisão entre o Divino e o mundano.
Saber lidar com meus sentimentos
Saber respeitar a mãe natureza
Saber honrar o meu semelhante
Ser cortês com os vizinhos
Um gesto apenas...
Percorrer o caminho com leveza
Se encantar com as coisas simples
É aí que mora a alegria
Creio que esse é o propósito da vida
Assinar:
Postagens (Atom)