Sandra Reis

Sandra Reis

Quem sou eu

Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Minha vida não é uma linha reta, é cheia de curvas. Feita de encontros e reencontros. Gosto das palavras simples e humanas. Meu coração se expressa pelas mãos. Quando amo, me entrego. Sou toda feita de eros. Tantas pessoas e, no entanto, apenas esta pessoa. Meu Deus não tem religião. Ele está presente em todos os seres humanos, em toda a natureza. E todas as feridas cicatrizadas me ajudam a compreender o eterno.

terça-feira, 31 de julho de 2007

Boutique de Poemas - Sandra Reis

Existe naquela rua
uma loja diferente:
decoram a vitrine
com poemas de toda gente.

Colocam na prateleira
sonetos, prosas, haicais;
não vendem, só trocam.
Essa loja é demais!

Uma senhora lê " Retrato"
ali, naquela estante,
e ao se identificar com ele
se vê por um instante.

Ei, moça, tem aquele chamado
"Quadrilha"? é assim: João
amava Teresa, que amava Raimundo,
que amava Maria.

Tem prosa de toda espécie
de chuva, terra molhada
poema de um único verso,
trovas, cordéis assanhados.

Aceitam-se encomendas,
sem pressa e com cuidado;
inventa-se com muito amor.
- Me faz um verso, por favor?

Curam até dor de cabeça,
depressão e enxaqueca;
não precisa saber escrever
ele sai da alma, ao dizer...

Venham, entrem todos!
Vamos trocar poesias,
pois na vida, o que importa
são as pequenas alegrias.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

A Viagem - Sandra Reis



Um dia me sentei diante do céu, serena
e não mais ansiosa por agarrar as estrelas,
relembrei dos meus tolos desejos
e de tudo que me tirava a visão.

Sozinha, fiz um inventário de lembranças
e olhei com ternura e afeto
para todos que consegui tocar:
minha família e meus amigos.

Eu nem sabia o que buscava,
nada sabia da minha essência,
me sentia abandonada!
e minhas lágrimas foram secando...

Um dia, me sentei diante do céu e adormeci
sonhei que voava em direção às estrelas
e lá em cima não me senti mais humana:
eu era mais uma luz! Mais uma!

A minha busca enfim terminara.
Retornei à minha origem
e, vencendo fronteiras invisíveis,
fiz a minha última viagem.

O inventor do medo - Sandra Reis

Não há quem não sinta um só momento
Aquilo que você sente a todo instante
medo da altura, do escuro, da água
do fracasso constante.

Inventamos análise,
rimos de nosso receio,
mas não há meio.
Ele está no elevador que sobe.
Está naquela estrela.
Pra onde vamos depois que se morre?

E assim se multiplica nos olhos dos pivetes
que sentem fome, não comem.
Se entranha nos presidios,
se infiltra nos asilos de louco,
ainda é pouco.

Esse não é o seu destino, meu menino.
Para os que só o sentem e não o conhecem,
primeiro é pequeno, depois ele cresce.
Por que existe o medo?
Eu não sei.

Só sei o que vejo.
Os olhos que não mais choram,
os inocentes que o ignoram,
os jovens que não mais lutam.

Salve os poetas que se consolam
na paz das mãos pensadas,
e que decifram
neste oceano de nada,
o mistério do medo,
e seu inventor

terça-feira, 24 de julho de 2007

As pequenas grandes coisas - Sandra Reis

Não quero vagar sem leme e sem vela
no oceano da vida.
Quero ser guiada por mim mesma
pela minha música,
pela canção de meu coração.

Por isso voltei,
para vivenciar o sagrado
nos chamados pequenos momentos.

Por isso estou aqui
para fundir a dualidade
entre o que é de Deus e o que é da Terra
pois não há divisão entre o Divino e o mundano.

Saber lidar com meus sentimentos
Saber respeitar a mãe natureza
Saber honrar o meu semelhante
Ser cortês com os vizinhos
Um gesto apenas...

Percorrer o caminho com leveza
Se encantar com as coisas simples
É aí que mora a alegria
Creio que esse é o propósito da vida