Sandra Reis

Sandra Reis

Quem sou eu

Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Minha vida não é uma linha reta, é cheia de curvas. Feita de encontros e reencontros. Gosto das palavras simples e humanas. Meu coração se expressa pelas mãos. Quando amo, me entrego. Sou toda feita de eros. Tantas pessoas e, no entanto, apenas esta pessoa. Meu Deus não tem religião. Ele está presente em todos os seres humanos, em toda a natureza. E todas as feridas cicatrizadas me ajudam a compreender o eterno.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Busca - Sandra Reis

Busca

Já não me assusta mais o escuro da noite.
Já não tenho mais medo das incertezas .
Aprendi o itinerário.
Me preparo e espero.

A cada manhã recomeço.
Faço novas escolhas, sozinha.
Se acerto ou não,
que importa, são minhas.

Vou me enredando em fantasias,
descartando velhos sonhos.
Busco agora o impossivel
o novo, a aventura, o encontro.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Amigo ( para Reynaldo Sanchez)

Viste a noite adormecer o dia,
e agora bebes da fonte da luz eterna.

Não partiste. Transmutaste num átimo de amor,
por isso, não cabe dizer adeus.

Quando teus amigos ficarem tristes,
sentarás na menina dos olhos deles
e os guiarás como um alento.

Ainda estás aqui, nesse lugar querido.
Apenas te despiste de teu corpo,
por isso não me cabe dizer adeus.

Tua canção ainda fala ao coração,
como uma estrela fiel. Por que todos
têm sua canção.

E mesmo que haja uma multidão,
os amigos a escutam, por isso
não cabe dizer adeus....

Pois só se parte realmente
quando não se doa o coração.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Feitiço - Sandra Reis

Elas chegaram,
de repente,
como se me procurassem
há tanto tempo.

Caminharam discretas,
entre montes e horizontes,
atravessaram portais,
entre risos e líquidos.

E eu, em meio a clarões,
abri meus sentidos.
Me perdi.
E alí fiquei enfeitiçada.

Dedilharam canções.
Os desejos se misturavam
ao aroma,
devassando lugares.

Pensei que fosse um anjo
de digitais palpáveis.
Fiquei fora de mim
com elas por dentro.

Elas partiram.
Fecharam as cortinas
do meu palco,
fugiram galopantes.

Mas eu aninda sinto
o sol arder,
ainda ouço
o sino tilintar.

Sutilmente,
transpasso o cortinado,
fantasio
o que não foi em vão.

Revivo, ofegante
o que senti,
e me transporto
até onde estão
tuas mãos.

domingo, 5 de agosto de 2007

Apelo ( Sandra Reis)

Deixa eu morar em teus olhos
Imaginar desejos
e sonhos imprevisíveis.

Me mostra o caminho
e deixa eu intuir
o que não sei nem saberia.

Por que através deles
conhecerei tua origem
e o mistério que mora em ti,
poesia.

sábado, 4 de agosto de 2007

Pavaroti - Sandra Reis



Não creio que tenha existido um amor tão puro quanto aquele. Já conheci
muitos deles. Amores desinteressados, inesquecíveis. Mas igual ao
amor de Inalda e Pavaroti não existiu.
E foi em meio ao barulho dos carros e da poeira do asfalto quente
de copacabana que o pequeno aprendiz de cantor chegou para ficar.
Ele teve toda a liberdade que precisava: um quarto só pra ele.
Um dia, quando estava na janela tomando seu banho de sol, um pequeno pardal
se aproximou. Conversaram muito. Pavaroti do lado de dentro e o
pardal do lado de fora.
A coisa mais importante na vida é o processo de criação. E ouvindo o
pardal piar,
Pavaroti cantou pela primeira vez.
A melodia era tão linda, que os vizinhos vieram conhecer o
maravilhoso artista, e qual não foi a surpresa, ao se depararem com um
pequeno canário belga cantando bem encima de um banquinho.
Ah sim!, era uma linda ave! E este era o modo de declarar sua afeição
a quem tanto carinho lhe dedicava: Inalda.
Adorava o suco de agrião e de aveia que ela fazia.
As visitas de que ele mais gostava eram de crianças, especialmente bebês.
Costumava pousar na cabeça deles, com o devido consentimento.
Pavaroti ocupava um lugar especial na vida de Inalda.
Entre eles havia um amor incondicional.
Um dia, ele acordou tremendo muito. Ela o colocou perto de uma lâmpada para
que se aquecesse e deu-lhe água com açúcar. Mas ele não estava bem. Chamou
o veterinário. E fez o que pôde...
Inalda sabia que seu parceiro de estimação não era mais jovem, já
tinha dez anos.
Subitamente, Pavaroti deu um último pio e morreu.

Algumas pessoas são escolhidas para cuidar de um determinado animal,
ajudando-o na sua evolução de alma grupal à individualização.
Portanto, os laços
que temos com o reino animal são profundos. Os animais são nossos amigos
e têm muito a nos ensinar.
Pavaroti deixou uma saudade imensa.
A última vez que falei com Inalda, ela chorava e ria ao mesmo
tempo. Chorava de saudade e ria lembrando-se das peraltices que ele
aprontava . E dizia:
-- Eu deveria ter tirado uma foto aquele dia... Eu não podia imaginar
que ele fôsse morrer tão rápidamente!
Mas nós duas sabemos que ele está vivo, em cada canto daquela casa e em
nossos corações.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Juvia Rose - Sandra Reis



Não há palavra que expresse melhor o sonho que tu és
Minha querida netinha
Flor que desabrocha
Seiva que nutre
És alegria em meu coração!

Não imaginas como és superior
Foste concebida no Olimpo
onde os deuses te ofertaram
Força, bondade e beleza
para cumprires a tua existência.

Minha doce Juvia Rose
Tua presença cheia de luz
É uma mágica esperança
Que ilumina os caminhos
por onde passas...

O Criador se revela no teu riso
E quando olho para ti eu afirmo:
Sim, Ele existe!
Em cada raio de sol de teus cabelos.

Seja bem vinda minha flor de lótus
Venha para essa vida com coragem e fé
E assim, colherás um destino ditoso.